A reportagem da Federação Catarinense de Motociclismo (FCM) conversou com o piloto Jackson Feuback, campeão da categoria production aberta e segundo melhor brasileiro (sétimo colocado) na classificação geral do Rally Internacional dos Sertões. De volta a Santa Catarina, Feuback conta como foi a 15ª edição do maior rali das Américas.
FCM – Como foi o rali?
Feuback – Foi um rali muito difícil pela quantidade de quilometragem que tinha, eram quase cinco mil quilômetros, e também pelas seis primeiras etapas, que eram etapas muito compridas, com especiais de 390 km em praticamente todos os dias. Isso tornou o rali muito difícil e bem técnico. .
FCM – Esse foi o Sertões mais difícil que você participou?
Feuback – Essa é a quarta edição que participo e de todas realmente foi a mais difícil. Pilotos que participaram de todas ou, pelo menos quase todas, também afirmam que esse foi o Sertões mais difícil, o mais pesado de todos., principalmente nos primeiros dias, que entre as seis primeiras etapas duas eram maratonas – etapas que ninguém pode mexer na moto – o piloto larga num dia e só poderá fazer a manutenção da moto no final do dia seguinte, sendo duas especiais nesse trecho. Essas são etapas muito complicadas de se fazer porque é preciso ter muita cautela para não quebrar a moto, porque aí você não consegue largar no segundo dia e acaba jogando a prova inteira fora.
FCM – Qual a principal dificuldade encontrada?
Feuback – Sem duvida foi o cansaço dos primeiros dias, pois nas primeiras etapas você está se acostumando, se adaptando ao rali, depois você vai engrenando e vai embora. Sendo os seis primeiros dias tão difíceis a adaptação se torna muito difícil e o cansaço muito maior. Você não está habituado e sofre muito mais.
FCM – Ano passado a sua moto te deixou na mão no último dia. Como ela se comportou esse ano? Como foi feita a manutenção?
Feuback – A minha sorte no ano passado foi que no início eu abri uma vantagem de 45 minutos para o segundo colocado, mas acabei deixando ele chegar perto, diminuindo a diferença para 22 minutos. Quando a moto quebrou faltavam 200 km para o final e ali perdi a liderança da minha categoria. Foi mais ou menos isso o que esse ano. Eu abri uma boa vantagem e fui administrando, só que a moto que vinha na segunda colocação é uma moto mais potente que a minha, então eu administrava, mas ao mesmo tempo tinha que acelerar porque senão ele tomava muito tempo de mim. Mas foi bem tranqüilo. O meu medo foi grande no final dos três primeiros dias, mas eu tinha 12 minutos de vantagem, o que significa bastante numa prova como essa. Com isso foi possível poupar um pouco mais a moto, mas tive que correr da melhor forma para poder levar vantagem. plaza-escorts.com
FCM – Como foi o apoio da Luplast Racing Team?
Feuback – A minha equipe foi 100%. Desde o meu irmão que me apoiou a participar do rali até os membros da equipe. Sem dúvida alguma essa vitória é de cada um dos membros da Luplast, Tão minha como do Pezão (Marisérgio Kons – chefe da equipe), do Fabiano (da AC Motos - mecânico), do Amaral (motorista), do Andrey (Alexandre ISlveira - apoio) e do Osni (Macaneiro – apoio).
FCM – Você foi o segundo brasileiro, onde está a diferença entre o estilo e a conseqüente velocidade dos pilotos estrangeiros?
Feuback – Eles estão mais acostumados às provas longas. Os estrangeiros são pilotos para rali comprido como esse foi. Apesar da grande dificuldade eles conseguem manter um nível de velocidade grande, um nível técnico bom e as motos são muito resistentes. Então eles conseguem levar vantagem nesse aspecto, por ter uma moto que é difícil quebrar e manter a regularidade muito constante. Para se ter uma noção da qualidade deles, dos dez primeiros colocados no geral, sete são estrangeiros e esses sempre ficam entre os dez do Rally Dakar, principal rali do mundo, e entre os dez do Campeonato Mundial de Rally.
FCM – Quais os planos de agora em diante?
Feuback – Ter vencido o Rally dos Sertões foi muito importante porque se abriram várias portas. Fui chamado pela KTM do Uruguai para competir com eles no Six Days – uma prova do Mundial de Enduro FIM, que acontece no Chile e terá duração de seis dias. Espero também conseguir outros patrocinadores para poder participar cada vez mais de competições internacionais.
FCM – Sua mensagem final...
Feuback – Agradeço a toda minha equipe que esteve comigo nesse desafio, a minha família e a todos aqueles que torceram por mim, porque sei que foram muitos. Um grande abraço a todos e até a próxima.
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