Federação Catarinense de Motociclismo

No pódio os cinco catarinenses: Mafra Jr., Ike, Guto, Jackson e Denísio

Os irmãos Guto e Ike: um segundo lugar na geral e dois segundos nas categorias

Denísio foi tricampeão do velocross. Agora segue para o rally (foto: G.Coas/arq)

Os pilotos catarinenses agitaram os bastidores do Campeonato Brasileiro de Rally. Na etapa de abertura da competição realizada em Barretos – SP, no último final de semana, 8 e 9 de março, cinco catarinenses marcaram presença entre os sete primeiros da classificação geral da categoria motos que totalizou 80 participantes, separados nas classes Rally Sport, Rally Cross, Rally Extreme, Rally Production e Rally Brasil.

 A vitória foi do experiente Juca Bala, que precisou acelerar forte diante do ânimo dos catarinenses Ike Klaumann (segundo colocado), Denísio do Nascimento (terceiro), Aristides Mafra Júnior (quarto), Jackson Feuback (quinto) e Guto Klaumann (sétimo colocado).

 Também competiram Eduardo Archer (20º lugar), Márcio Adami (30º lugar) e Maciel Ivam Lira (65º lugar).

 Por categoria Ike Klaumann foi segundo na Extreme, seguido de Feubak. Na Production dobradinha dos pilotos de Brusque com Denísio em primeiro e Mafra Jr. em segundo. Guto, sétimo na geral, ficou em segundo na Sport.

 O resultado animou ainda mais os catarinenses que devem continuar participando da temporada Brasileiro de Rally, prevista para sete etapas, sendo que a próxima será em São Manuel, próximo a Ilha Comprida – SP, no início de abril. E no dia 18 de junho, será realizada a quarta etapa e a mais famosa, o Rally dos Sertões.

 Segunda colocação na segunda prova

 Essa foi a segunda vez que Ike Klaumann participou de uma prova de rally. No ano passado ele participou do Rally dos Amigos, mas não concluiu a prova, pois caiu e teve seu ombro deslocado. “Fiquei meio ressabiado por conta daquela queda, e por um tempo nem pensava mais em fazer rally”, disse.

 Para essa prova ele já foi pensando em ser mais cauteloso. “Vou andar mais cabeça, não loquear tanto. O rally é uma prova que você tem que acelerar onde der, tem que tirar a mão onde você não tem visão ou pode correr riscos desnecessários, porque é uma prova longa e muito rápida”, completou Ike.

 Juca Bala, piloto oficial da Yamaha do Brasil, a bordo de uma WR 450 registrou a maior velocidade máxima, superando os 170 km/h. Ike correu com uma Suzuki DR-Z 400, e aí... “Nas retas ela lacrava em cerca de 140 Km/h e certamente eu tinha desvantagem. A minha Husqvarna estava com problemas e acabei optando correr com a Suzuki. Porém a DR-Z é uma moto que possui como vantagem ter mais autonomia e ser muito confiável. Mas certamente faltou potência e uma velocidade final maior”, falou o piloto de Rio Negrinho, que afirmou ter vontade de fazer toda a temporada do Brasileiro de Rally. “Vamos fazer também o Catarinense de Enduro, embora tenhamos perdido a primeira etapa por conta do choque de datas. Já o Brasileiro de Enduro nós descartamos”, concluiu Ike.

 A turma dos motoboys

 Denísio do Nascimento, vencedor da Production e terceiro na geral foi uma das maiores surpresas. Campeão do catarinense de Motovelocidade na Terra nos três últimos anos, além de campeão Sul-brasileiro da modalidade em 2006, poucos sabiam das suas habilidades nas competições fora de circuito.

 E na prova, não só o seu desempenho, mas o de toda a turma de Santa Catarina despertou curiosidade. “O pessoal de São Paulo ficou assustado... os catarinenses chegaram apavorando! - O que vocês fazem lá em SC? São entregadores de pizza para guiar que nem doidos assim? – até isso tivemos que ouvir,” disse Denísio.

 Essa foi a sua terceira participação. No ano passado ele havia feito o Rally dos Amigos e o de Ilha Comprida. Agora ele vai dar prioridade a essa modalidade, ao invés do da motovelocidade na terra. “Provavelmente eu faça uma prova ou outra, mas a dedicação maior agora será para o rally. É uma competição muito mais cansativa do que correr 15 ou 20 minutos na pista da velocidade. Mas no final das contas é muito mais prazeroso e divertido”, confessou.

No sábado foram percorridos 80 km, numa média de 83 km/h. No domingo, mais 178 km e média de 95 km/h. No total foram aproximadamente três horas de prova, quase toda ela feita em estradas de fazenda.

Ainda no sábado, logo no início um trecho de 10 km de reta já testou a coragem dos pilotos e a durabilidade dos motores. “A minha Honda é nova e estava toda original também. Mas de tanto que foi acelerado, achei que ia explodir! Se ela não quebrou dessa vez, posso ficar tranqüilo!”, revelou Denísio, que também concordou que uma moto bem acertada pode fazer a diferença no resultado da prova. “O Juca Bala, de Yamaha WR, só com a experiência de acertar o equipamento já estava com vantagem. A minha (Honda CRF 450) estava curta, dando a máxima em torno 150km/h. A moto dele deu 172km/h no GPS, com uma coroa 42 que parecia que a corrente girava em cima do cubo”.

Além da parte mecânica original, Denísio estava sem os equipamentos de navegação. “Perdi alguns pontos nos trechos limitados. Por exemplo, há trechos como vilas em que você tem 10 minutos para passar com uma velocidade máxima de 50km/h. Como eu estava sem painel, engatava uma terceira e seguia em torno de 30 a 40 km/h, e assim acaba perdendo tempo”, completou.

No geral Denísio avaliou como excelente o seu desempenho. “Eu nem esperava um resultado tão positivo, como o terceiro lugar no geral e a vitória na minha categoria. No sábado fiz segundo lugar, com uns 20 segundos de vantagem do Ike. No domingo ele deu o troco, retomando o segundo no geral”, concluiu Denísio.

Confira o resultado completo da prova acessando o endereço:

http://chronosat.com.br/2008/cc/bar/sys0/geral.php?campeonato=M&tit=Motosy