A expectativa era grande para um desempenho ainda melhor dos pilotos catarinenses na terceira etapa do Brasileiro de Supercross, que teve suas baterias realizadas na noite desse sábado, 1º de novembro em Joinville, nas dependências do Centro Comercial Expoville.
Entretanto foi o mineiro Antônio Balbi Jr. que roubou a cena na SX1 ao vencer por apenas 214 a batalha travada com o seu companheiro de equipe, o paranaense Leandro Silva. O goiano Wellington Garcia ficou em terceiro. Completaram o pódio Pipo Castro em quarto, seguido de Marrom Jr, que travaram uma batalha desde o início.
Na SX2 o também o paranaense Jean Ramos dominou, quebrando a hegemonia do atual campeão da categoria Swian Zanoni. O melhor representante de Santa Catarina foi Gabriel Gentil, sétimo colocado.
Com esses resultados Balbi retomou a liderança da SX1 com 70 pontos contra 66 de Leandro; na SX2 Jean soma 67 pontos contra 65 de Swian.
Casa cheia no retorno do Brasileiro de Supercross a Santa Catarina
A arena montada ficou lotada para as baterias finais. De acordo com os organizadores, cerca de 6.700 pessoas, dos quais 6.000 pagantes. Porém, desde os primeiros momentos da programação os fãs do supercross já mostravam que o local ficaria totalmente tomado, mesmo com o tempo instável. Nos treinos cronometrados Balbi Jr. levou o ponto da SX1, seguido de Pipo e Marrom.
Na SX2 o mais rápido foi Jean Ramos. Nas classificatórias da SX2 Rodrigo Selhorst e Rafael Zenni foram os vencedores das provas.
E foi na segunda classificatória que Anderson Cidade se juntou a turma dos catarinenses que ficaram de fora das disputas, como Alexandro Martins que também estava lesionado e após os treinos preferiu se resguardar, e João Paulo Feltz, que teve problemas com o seu motor. Anderson largou na frente, mas ainda volta inicial a sua moto atravessou na entrada de um triplo por conta das canaletas. Na recepção ele lesionou o joelho direito, parando imediatamente.
A torcida então passou toda para o outro piloto do Estado, Gabriel, que retribuiu. Ele liderou a bateria, disputando a ponta com Jean Ramos. Porém uma punição com parada no pit o tirou da jogada. Na quadriculada a vitória foi de Zenni, mas todos os aplausos da arena foram para Gabriel, que mais uma vez agradeceu fazendo valer o seu sobrenome.
No intervalo o traçado recebeu manutenção e pequenas modificações. Feita a solenidade de abertura com a presença de autoridades, dirigentes e patrocinadores, os finalistas da
Na caída do gate Jean Ramos conseguiu o hole shot e disparou rumo a bandeirada final. “Foi a primeira vitória do supercross, foi belíssima. Eu estava meio desanimado no começo da corrida, mas eu venho treinando muito forte. Lá em Curitiba estava chovendo muito e a pista ficou bem parecida com essa. Acho que a pista foi fundamental lá. Consegui fazer uma boa largada e andar tranqüilo, sem nenhuma pressão. Assim consegui deslanchar e manter o ritmo até o final e sair com a vitória”, disse o curitibano Jean.
Zenni terminou em segundo e Lucas Moraes, dono da melhor volta da corrida, em terceiro. Swian em quarto e Eduardo Lima em quinto completaram o pódio. Gabriel ficou em sétimo e o joinvilense Leandro Smakovicz completou a bateria na 12ª colocação.
Para Gabriel o resultado da etapa foi positivo. “Minha classificatória foi muito boa, eu estava em primeiro. Infelizmente tomei um stop and go por uma errada que eu dei, pulei um salto que não podia por estar em bandeira amarela.Daí eu fui pagar o stop and go e levei um tombo, acabei me classificando muito mal. Mas é isso aí, só tenho que agradecer a esse público maravilhoso de Joinville que me ajudou muito. Mesmo eu não estando na frente o pessoal me ajudou muito e eu só tenho que agradecer a todo o pessoal aqui de Joinville, minha família, meus patrocinadores”, concluiu.
O momento mais esperado: a SX1
A grande final da noite teve maior número de catarinenses. Na SX1 alinharam Marrom, Pipo, Braz dos Santos e os irmãos Elton e Milton “Chumbinho” Becker, o anfitrião da corrida.
Balbi largou na frente e conquistou mais um ponto, fechando a primeira volta seguido de Leandro, Marrom, Chumbo e Pipo. Na volta seguinte Pipo botou de lado de Chumbo para tomar-lhe a posição e na sequência se aproveitou do primeiro de uma série de pequenos erros ou quedas de Marrom para assumir também a terceira posição.
Até esse momento parecia que Pipo seguiria o ritmo dos dois ponteiros, quando então ele também não conseguiu se manter imune às trapaças do barro. Então Marrom chegou, Pipo não aliviou e também não perdeu a posição naquele instante, mas perdeu a velocidade do início da bateria. “Foi um pega e tanto com o Marronzinho, mas estou muito feliz. Acho que eu fiz a minha parte. Infelizmente um tombinho no início ali nas costelas estragou bastante e comprometeu muito o resultado. Preferi terminar a corrida bem e com boa integridade física porque a pista estava bem difícil, muito perigosa e acho que deu tudo certo. Quarto lugar novamente, um resultado bastante regular e vou pra próxima com mais sede de vitórias, se Deus quiser”, disse Pipo.
Mas se Pipo caiu uma vez, Marrom então... só num mesmo ponto, um triplo, foram três vezes. Mas palmas para ele. Com todas as quedas e riscos de se machucar, o lagunense que tem parte joinvilense na sua família, ainda teve senso de humor para relatar as quedas da corrida. “Umas não, várias, né? Horrível. Nunca errei tanto na minha vida. Cara, muito difícil mesmo. Toda volta errava, toda volta errava, aí caía, aí eles passavam, eu vinha, buscava e caía novamente, eu saía fora da pista. Foi bem complicado. Tinha que estar bem preparado fisicamente, estar muito forte, então acho que isso me ajudou pra que eu não me machucasse. Mas mesmo assim eu estou muito decepcionado”, concluiu Marron
E com essas escorregadas ora de um, ora do outro, Wellington Garcia se aproveitou para chegar até a terceira colocação, posição que completou a bateria.
Entretanto nem os dois líderes da bateria e da classificação passaram ilesos às condições do traçado. “A pista estava muito difícil. Tinha que estar bem concentrado o tempo todo. Larguei com a estratégia de andar um pouco mais calmo no início e acabei vindo em um ritmo mais tranqüilo no começo, o Balbi deu uma escapadinha. Fiquei calmo, era fácil cometer um erro e ele acabou errando, então quando eu assumi a liderança eu sabia que era hora de manter um ritmo forte e escapar. Infelizmente não deu certo, os retardatários atrapalharam bastante. Teve um retardatário na parte das costelas que me segurou bastante, então ali o Balbi colou bem rápido e quando ele chegou perto eu acabei errando na parte dos fundos e ele acabou me passando. Ele veio em um ritmo muito forte, é um excelente piloto e tentei dar o meu melhor pra tentar retomar a primeira posição. Na última volta eu arrisquei um pouquinho mais e deu certo, quase ultrapassei ele na bandeirada”, relatou Leandro, que ficou em segundo por apenas 214 milésimos e agora ocupa a vice-liderança da categoria.
Para o vencedor Balbi Jr., nessa corrida ele entrou ciente de que não poderia cometer erro. “Em Curitiba eu cometi muitos erros e aqui infelizmente acabei cometendo um erro no meio da prova. Eu tinha até uma liderança com alguma folga e o Leandro tomou-a nessa hora. Acho que eu tenho que dedicar muito dessa vitória ao Max que me passou calma ao invés de me mandar ir pra cima. Ele me falou pra “vai com calma , você pode” e foi o que eu fiz, fui tranqüilo me aproximando aos poucos e até que eu consegui aproximar e aí um erro do Leandro e eu consegui a ultrapassagem. Daí em diante era só administrar, faltavam só três voltas. Eu não queria tentar abrir nada, por que eu sabia que tentar abrir era cair e na chegada eu já tinha estratégia: não vou pular a chegada por que eu sabia que o censor era na entrada, e como o Leandro me passou no ar o pessoal às vezes pode ter ficado meio em dúvida. Mas eu sabia que o censor era na entrada, no treino eu fiz minha melhor volta sem pular. Abri ela pulando e no fim eu fiz ela sem saltar e então foi tranqüilo e eu estou muito feliz com o resultado e ta todo mundo de parabéns, o Leandro, o Marrom, todo mundo que está disputando”, falou o mineiro que agora lidera com quatro pontos de vantagem sobre Leandro.
E para dividir o ponto mais alto do pódio Balbi pediu para que subisse Milton Chumbinho, numa forma de agradecimento e homenagem. “O Chumbinho tem tantos títulos e é um cara que talvez seja uma das últimas provas aqui em Joinville. Então eu gostaria de ver ele no pódio com a gente”, concluiu.
A Federação Catarinense de Motociclismo – FCM apoiou a realização dessa etapa, assim como faz nas provas dos campeonatos de âmbito nacional das demais modalidades. Para o presidente da entidade, Onílio Cidade Filho, o Kiko, mais uma vez o saldo foi bastante positivo. “Apesar das dificuldades que a gente teve aqui novamente com o clima, foi um grande evento. Acho que nós conseguimos trazer pra Joinville um dos maiores eventos que acontecem no Brasil, era um compromisso que a Federação tinha com o pessoal de Joinville até porque nós temos aqui um dos motoclubes mais antigos do Brasil. O de Joinville está fazendo 60 anos de história e acho que foi coroado mesmo, o público cheio, apesar de uma noite um pouco chuvosa e fria. Mas boas disputas, tivemos uma pista com muitas dificuldades. Realmente os pilotos tiveram que demonstrar muito preparo físico para poder superar os obstáculos da pista. Mas estamos felizes por termos cumprido mais uma tarefa, mais uma etapa do campeonato brasileiro aqui em Santa Catarina e realmente agora o nosso grande desafio se torna trabalhar para fazer o mundial em 2009”, falou Kiko.
A terceira etapa do Dunas Supercross 2008 – Campeonato Brasileiro teve o patrocínio da Honda e Ipiranga, apoio de Bunnet e Federação Catarinense de Motociclismo, Moto Clube de Joinville, Governo do Estado de Santa Catarina e supervisão da CBM.
As próximas etapas da competição estão marcadas para 22 de novembro, no Rio Grande do Sul, e encerrando a temporada, 13 de dezembro, em São Paulo.
Classificação da SX1:
1 – Jorge Balbi
2 – Leandro Silva
3 – Wellington Garcia
4 – Pipo Castro
5 – João Marronzinho Paulino
6 - Kurtt Rocha
7 - Elton Becker
8 - Roosevelt de Freitas
9 - Milton Chumbinho Becker
10 - Heinz Chrispim
11 – Renan Baier
12 – Mariana Balbi
13 - Braz dos Santos
Os cinco primeiros da SX1 após três etapas:
1 – Jorge Balbi, 70
2 – Leandro Silva, 66
3 – João Marronzinho Paulino, 48
4 - Pipo Castro, 37
5 – Kurtt Rocha, 31
6 - Wellington Garcia Matos, 28
7 - Heinz Whynther Dollinger Chrispim, 21
8 – Cesar Adrian Cantero Antes, 17
9 – Roosevelt de Freitas Assunção Jr, 17
10 – Milton Becker, 14
11 – Mariana Napolis Balbi, 13
12 – Raul Guilherme Gehren, 9
13 – Renan Baier, 9
14 – Elton Becker, 9
15 – Higor Merizio Passos, 8
16 – Rafael da Silva Faria, 6
17 – Sandro Botelho Silveira da Rosa, 5
18 – Braz dos Santos, 3
19 – Massoud Nassar Neto, 0
Classificação da SX2:
1 - Jean Ramos
2 - Rafael Zenni
3 - Lucas Moraes
4 - Swian Zanoni
5 - Eduardo Ferreira Lima
6 - Rodrigo Selhorst
7 - Gabriel Gentil
8 - Hector de Freitas Assunção
9 - César Augusto Popinhak
10 - Fabiano dos Santos
11 - Davis Guimaraes
12 - Leandro Smakovicz
13 - Rodrigo Rodrigues
14 - Gustavo do Amaral
15 - Paulo Stédile
16 - Thales Vilardi
Os cinco primeiros da SX2 após três etapas:
1 – Jean Ramos, 67
2 – Swian Zanoni, 65
3 - Rafael Zenni, 42
4 – Rodrigo Selhorst, 36
5 - Eduardo Lima, 29
6 – Lucas Moraes, 29
7 – Anderson Hauptli Cidade, 26
8 – Thales Vilardi Felix da Silva, 22
9 – Gabriel Gentil, 21
10 – César Augusto Popinhak, 19
11 – Gustavo Pereira do Amaral, 17
12 – Rodrigo de Castro Rodrigues, 14
13 – Fabiano Nestor, 11
14 – Hector de Freitas Assunção, 10
15 – Davis Guimarães, 5
16 – Leandro Smakovicz, 4
17 – Paulo César Stedile, 3
18 – Alexandro Valerim Martins, 1
19 – Gabriel Ferreira Montenegro, 0
20 – Roger Marongiu Hoffmann Pádua, 0
21 – Marcello Ferreira de Lima, 0
22 – Douglas Scartazzini Parise, 0
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