Com o sol brilhando forte, o público lotou as arquibancadas do motódromo Arthur Jachowicz, em Canelinha, para acompanhar as disputas da quinta etapa do Brasileiro de Motocross realizadas no domingo, 15 de agosto.
Essa foi a primeira competição no mais tradicional motódromo do Brasil após a etapa do Mundial de Motocross em 2009. E novamente os pilotos estrangeiros dominaram nas principais categorias do campeonato. Na MX1 uma surpresa. Quem subiu no lugar mais alto do pódio foi um argentino, Jose Felipe, que desbancou os favoritos, o norte-americano Scott Simon e o inglês Adam Chatfield.
Já na MX2 Chatfield, que dominou todos os treinos da categoria, confirmou o favoritismo e venceu deixando o líder do campeonato, o norte-americano Scott Simon, com a segunda posição.
Nico Rocha (MX3), Anderson Amaral (85cc), Kioman Munoz (65cc) e Carlos Eduardo Franco (230cc) também comemoraram a vitória em suas categorias.
Os pilotos catarinenses também fizeram bonito na etapa de Canelinha. O Estado teve representantes no pódio de todas as categorias. Destaque para o catarinense de São José, Anderson Cidade que com um segundo (MX1) e terceiro lugar (MX2), foi o melhor brasileiro nas duas categorias.
MX1 – Quando baixou o gate, o catarinense Anderson Cidade saiu na frente, com Jose Felipe e Duda Parise logo atrás. Já no início da prova, o argentino assumiu a ponta da disputa trazendo Duda para a segunda posição e deixando Anderson com a terceira. “Larguei bem, mas demorei muito para entrar na corrida. No começo eu estava muito mal na pista, muita gente me passou, acabaram me dando um bloqueio e eu acabei perdendo várias posições”, explicou Anderson.
Chatfield e Simon largaram mal, mas já nas primeiras voltas figuravam entre os ponteiros. Na quinta volta, o líder do campeonato já era o segundo colocado e na volta seguinte, assumiu a liderança, trazendo com ele, Chatfield. Nesse momento, as três primeiras posições eram estrangeiras: Scott, Chatfield e Jose Felipe.
Scott e Chatfield abriram distância dos demais e duelavam pela primeira colocação, até que Adam sofreu uma forte queda na mesa da chaminé e abandonou a disputa, deixando Scott livre na ponta.
Três voltas após a queda de Chatfield foi a vez do líder da prova errar e perder a posição. Scott caiu duas vezes seguidas entregando a posição para o argentino Jose Felipe.
Duda e Anderson, segundo e terceiro colocados, respectivamente, entraram na briga pela posição. Faltando três voltas para o final Duda já estava sem o freio dianteiro por conta de uma pancada que recebeu no disco anteiormente. Anderson aproveitou, assumiu a segunda posição e partiu pra cima de Jose Felipe. O catarinense chegou a encostar, mas não conseguiu a ultrapassagem. “O pessoal estava muito afoito no começo e já que eu não estava me sentindo bem preferi manter a calma e esperar para atacar no final, e foi isso que aconteceu. Só que o argentino tinha uma distância boa, eu até colei nele, mas houve um erro por parte da direção de prova, só me deram placa de duas voltas, eu achei que tinha mais uma, não que eu iria passar ele, mas pelo menos eu daria um tudo ou nada ali na última volta. Mas estou feliz, a equipe Yamaha/Geração vem fazendo um excelente trabalho e acho que a segunda colocação foi um ótimo resultado, até porque fui o melhor brasileiro”, disse o catarinense.
O costariquenho Roberto Castro foi o terceiro colocado, seguido pelo líder do campeonato Scott Simon, que conseguiu se recuperar das quedas e terminou na quarta colocação. Gabriel Gentil ficou com a quinta colocação.
MX2 – Thales Vilardi largou na frente da categoria MX2, seguido pelos catarinenses Anderson e Gabriel. Durante boa parte da prova, os três ocuparam essas posições, com Gabriel pressionando Anderson na briga pela segunda colocação. Enquanto os três ocupavam a ponta, Adam e Scott, que largaram na sexta e oitava colocação, respectivamente, chegavam em Anderson, que na quinta volta foi ultrapassado por Gabriel, e ocupava a terceira colocação. Anderson conseguiu segurar Adam por mais três voltas, mas o inglês conseguiu ultrapassar os dois catarinenses e chegou na segunda posição, partindo pra cima do líder Thales.
Adam e Thales andavam colados, os dois estavam decididos a conquistar os 25 pontos. Até que tentando defender a posição, Thales acabou caindo e abandonou a disputa, entregando a liderança da prova para o inglês, que não desperdiçou a chance e venceu a segunda consecutiva.
Scott Simon e Anderson Cidade chegaram em seguida, e ficaram com a segunda e terceira posição, respectivamente. “A corrida foi bem disputada. Tive um problema com meu óculos, levei uma pedrada e desencaixou a lente. No começo estava tentando manter uma distância do pessoal e até nesse momento o Gabriel me passou e o Adam colou em mim, mas eu consegui administrar isso, e no final quando eu vi que era tudo ou nada eu arrisquei e fui pra cima deles e por pouco não saio com um resultado ainda melhor”, disse Anderson.
Além da disputa pela primeira posição, a categoria teve um duelo a parte. Duda Parise e Marcello “Ratinho” Lima disputaram volta a volta a vaga para a equipe que representará o Brasil no Motocross das Nações, no mês de setembro, nos Estados Unidos. Quem chegasse primeiro ficava com a vaga. Duda saiu na frente da disputa e nas cinco primeiras voltas estava com a vaga garantida, mas Ratinho, que largou mal, fez uma prova de recuperação e logo chegou em Duda. Começava aí a disputa pela vaga na seleção brasileira. Ratinho pressionou Duda e conseguiu a ultrapassagem, mas o gaúcho não queria deixar a vaga escapar e tentou recuperar a posição, sempre colado em Ratinho. No final, melhor para Ratinho que terminou a prova com a quarta colocação e ainda garantiu a vaga para o Motocross das Nações.
“Não tive uma ótima largada, foi uma prova de recuperação e muito difícil pra mim. Ontem (sábado) eu caí bem feio, machuquei meu ombro estou com muita dor, mas muito feliz por ter conquistado a vaga para o Motocross das Nações. Vai ser a minha primeira vez e vou dar meu máximo e até lá estarei 100%, vou recuperar meu ombro que está um pouco dolorido e representar bem o Brasil. Agradeço a todos que torcem por mim, meus patrocinadores, obrigado!”, disse o piloto.
Duda completou o pódio com a quinta colocação.
MX3 - O vencedor da categoria MX3 só foi decidido na última curva. Davis Guimarães e Nico Rocha levantaram o público com um duelo eletrizante pela vitória da categoria.
Davis, que lidera a categoria, foi o mais rápido de todos os treinos, e quando o gate baixou, pulou na frente seguido de Nico Rocha. Nas primeiras voltas, o líder da prova conseguiu abrir uma distância para os demais, mas ao longo da corrida Nico foi diminuindo a vantagem e encostando no ponteiro. A cada volta, a distância entre os dois pilotos diminuía e Nico pressionava cada vez mais, enquanto Davis se defendia e tentava segurar a posição.
Na última volta, Nico foi para o tudo ou nada. Partiu pra cima de Davis, que errou na última curva e acabou caindo, jogando a vitória de presente no colo de Nico, que não desperdiçou a chance e recebeu a quadriculada em primeiro. “Foi uma prova muito disputada, agradeço a Deus por essa vitória. Não vi a placa de duas voltas e quando percebi já era a última volta e colei no Davis, assim como a prova toda em que nós andamos juntos. Não poderia ter sido melhor, na última curva eu dei o bote e deu certo”, ressaltou o vencedor.
Davis ficou com a segunda colocação, seguido de Nielsen Bueno, Willian Guimarães e pelo catarinense Richard Berois, na quinta colocação, que mesmo sofrendo uma queda durante a prova, conseguiu recuperar a posição e garantir um lugar no pódio. “Larguei meio mal, acho que foi oitavo ou nono. Vim recuperando, cheguei a quinta posição, comecei ver o quarto, aí acabei caindo, aí novamente fui pra oitavo ou nono, recuperei e acabei chegando em quinto. Mas foi uma boa prova e eu fui o melhor catarinense na categoria”, disse.
85cc – Anderson Amaral teve uma vitória tranquila na classe 85cc. O piloto largou na frente e só administrou a posição durante as 13 voltas na pista de Canelinha. “Foi uma prova muito boa, fiz uma ótima largada, mas no começo fiquei bem preocupado porque tinha vários pilotos atrás de mim andando bem forte. Mas mantive a calma e fiquei tranquilo pra não acabar errando e não ter perigo de cair”, explicou o vencedor.
Em segundo chegou João Pedro Ribeiro. Rodrigo Riffel e Hallex Dalfovo foram os representantes catarinenses no pódio da categoria. Rodrigo largou e chegou na terceira colocação e Hallex largou em oitavo, mas ao longo da prova ganhou quatro posições para receber a quadriculada na quarta colocação. “A prova foi difícil, a pista estava com bastante buraco. Estou feliz porque eu fui o melhor catarinense e também o melhor piloto que andou com uma 2T. Agora estou em segundo no campeonato, um pouco atrás do Anderson Amaral”, disse Rodrigo.
Gabriel Carbonera fechou o pódio na quinta colocação.
65cc – Kioman Muñoz venceu a bateria da classe 65cc do início ao fim. O piloto largou na frente e se distanciou de José Brayan, Matheus de Souza e Djalma Brito e recuperou a liderança do campeonato.
A disputa na categoria ficou entre o catarinense José Brayan e Djalma Brito. Brayan largou na segunda colocação e permaneceu na posição até a metade da prova, quando não suportou as investidas de Djalma e perdeu a posição. O catarinense terminou na terceira posição seguido pelo também catarinense Arthur Todeschini que ganhou a quarta colocação nas últimas voltas. Matheus de Souza foi o quinto colocado. A classe 65cc teve ainda mais dois catarinenses entre os 10 primeiros colocados: Leonardo de Souza e Wagner Oliveira.
Nacional 230cc – O catarinense Germano Vandressen largou na frente, mas logo foi ultrapassado por Carlos Eduardo Franco que sustentou a posição até a quadriculada. Ismael Rojas foi o segundo colocado, seguido por Germano, Nivaldo Viana e pelo catarinense Eduardo Rosing.
A quinta etapa do Brasileiro de Motocross foi uma realização da CBM, com a organização da Federação Catarinense de Motociclismo e Motoclube de Canelinha, patrocínio da Pro Tork e Rinaldi e apoio da Riffel Motospirit, Motoshop, Destak Transportes, H-Parts, Mega Motos, Grupo Geração e da Prefeitura de Canelinha.
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