É tudo culpa da LAO!
Reportagem FCM – Gerson Coas
Wilson Voss: sem projeto, sem licença, nada feito! |
A
sexta etapa do Campeonato Catarinense de Motocross não será feita em Blumenau
no próximo final de semana, dias 24 e 25, como previsto no Calendário
Desportivo da FCM. O motivo, explicou Wilson Voss, proprietário do motódromo
onde seria feita a competição, é a falta da Licença Ambiental de Operação
- LAO, expedida pela Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina
– FATMA, sem a qual as atividades esportivas naquele local estão impedidas
de acontecer e até poderão ficar com seus dias contados. "Corri e me empenhei
ao máximo nessas últimas semanas e consegui novamente o Alvará e a liberação
municipal, mas infelizmente não a estadual", disse Voss.
O
motódromo Jackson Wilson Voss, inaugurado em 1998 e inicialmente com uma
pista de supercross, é uma área com quase 30 mil metros quadrados na margem
esquerda do Rio Itajaí-açú. Contudo pela Lei Ambiental, o espaço compreendido
até cerca de 100 metros de cada margem num rio daquele porte, é considerado
área de preservação permanente. Ou seja, o motódromo foi construído num
local de preservação ambiental. Entretanto, nos dois primeiros anos de
funcionamento dessa praça esportiva não houve nenhum problema. Alvarás,
prováveis licenças de funcionamento e tudo mais em ordem.
Inaugurado em 98, o motódromo possui
uma boa estrutura para receber o público e pilotos. |
Sem projeto, sem licença, nada feito!
Acontece
que, por ironia do destino, quando Voss e sua equipe estavam trabalhando
numa escavação para colocação de tubos, justamente para facilitar a drenagem
e evitar uma erosão, foram flagrados por uma patrulha da Polícia Ambiental.
"Não estávamos fazendo nada de mais, mas por não termos um projeto e uma
licença para realizarmos aquela obra da tubulação, fomos flagrados cometendo
um crime ambiental!?", relatou Voss.
Com
uma defesa bem fundamentada, Voss conseguiu em fevereiro desse ano que
o juiz do caso decidisse pela extinção do processo, embora que para colocar
o motódromo em atividade novamente ele tivesse que continuar aguardando
a liberação das licenças municipais como a da Fundação Municipal do Meio
Ambiente – Faema, da Fatma, e outras. Não demorou muito e a liberação
na esfera municipal já foi toda acertada.
A pista, assim como outras obras próximas, foi feita
numa área de preservação, na margem do rio Itajaí-açú. |
Mas
quando tudo parecia estar no caminho para a solução, nesse meio tempo,
um morador da outra margem do rio entrou com uma denúncia nos órgãos competentes
contra o barulho produzido pelas motocicletas. Feitas as medições técnicas,
o resultado no decibelímetro até apontou um ruído acima do permitido para
o local, mas compatível e liberado devido a ser uma "poluição sonora"
não freqüente. Contudo, o estrago com tal denúncia do barulho foi tão
bem feito que agora as licenças necessárias ficaram mais distantes de
serem alcançadas.
E
enquanto isso não acontecer, e o "Seu Voss" não estiver com a tal LAO
nas mãos, o motocross naquele motódromo vai continuar apenas nas lembranças.
O jeito é torcer para que tudo se resolva o mais rápido possível – e a
favor do motociclismo.
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