Após três semanas vivendo intensa-mente o motocross no Japão, o lagunense João “Marronzinho” da Silva Júnior está de volta ao país com a sensação de dever cumprido. O piloto da Pro Tork Team embarcou para a Japão no dia 20 de agosto a fim de disputar a oitava etapa do Campeonato Japonês de Motocross, prova realizada no último dia 9 (setembro) na pista da Yamaha (Meihan Sports Land) em Nara, e fazer testes com os novos equipamentos desenvolvidos pela Team Green West, equipe oficial Kawasaki no Japão.
No balanço geral, segundo ele, a viagem foi inesquecível, ficando como marca a garra com que os japoneses encaram o esporte. Porém, ele não escondeu a alegria de retornar ao Brasil. “Estava louco para voltar para casa. Além da saudade da família, não agüentava mais a comida japonesa. Cheguei a emagrecer dois quilos porque não conseguia me alimentar direito. Sinceramente, achei a comida de lá muito ruim”, contou Marron que chegou em casa na noite dessa terça-feira, 11.
Sobre a estada no Japão, Marron confessa ter se surpreendido em vários momentos, inclusive em relação à pista em que aconteceu a etapa do Japonês. “A impressão no início era que a pista era ótima, de alta velocidade, macia de andar. No entanto, depois que comecei a treinar, percebi que era cheia de buracos, bem travada, muito diferente do que estou acostumado a encontrar no Brasil. A única coisa boa da pista é que era arenosa, meu terreno favorito”, disse o lagunense acostumado a treinar nas dunas da sua região.
Além disso, segundo Marron, os pilotos japoneses são muito rápidos e contam com muitos recursos. “Para se ter uma noção, em um dos treinos que realizei na pista da Yamaha, o Akira Narita, vencedor da prova, chegou com quatro motos e não gostou de nenhuma. Então os membros da equipe começaram a montar uma nova moto, desde o quadro até os últimos detalhes, para conseguir desenvolver uma moto do agrado do piloto”, relatou. “Também recebi toda a assistência da equipe West, porém, tirando o quadro que era especial, o restante da moto era todo o original. No dia da prova consegui emprestada uma suspensão que, por sinal, me ajudou muito e sem dúvida fez a diferença para a conquista do oitavo e décimo lugar”.
Ele considera essas posições uma vitória, ainda mais porque conseguiu ser o melhor piloto Kawasaki na pista. “Na primeira bateria larguei mal, na 17ª colocação, e consegui fazer várias ultrapassagens até terminar em oitavo. Já na segunda bateria larguei muito bem, passando a primeira volta na sétima posição, porém na segunda volta minha moto saiu de traseira e eu acabei perdendo posições. Terminei em 10º, e com os dois resultados consegui ser o melhor piloto da equipe”, disse.
Marron diz ter evoluído com a participação na prova japonesa, tanto em experiência quanto em ritmo de prova. O piloto admite que o tempo no Japão não foi muito grande, mas afirma que o que aprendeu lá, sim. “O que mais me anima é ver que os principais pilotos, os que conquistam os títulos, tem idade entre 29 a 31 anos, o que me incentiva a correr ainda muitos anos. Já tenho 24 e a preocupação de até quando poderei correr é grande, mas agora sei que ainda posso dar muito trabalho aos ‘novatos’, e por muito tempo”, comentou entusiasmado.
Resultado da 8ª etapa do Campeonato Japonês de Motocross, 9/set/2007
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Brasileiro de Motocrosss
Nesse final de semana, dias 15 e 16, Marron tem um grande desafio pela frente, a oitava e última etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross, que será realizada em Rio das Ostras/RJ. “Cheguei na terça e ainda estou meio indisposto, acredito que isso ocorra principalmente por causa do fuso horário. Ontem (quarta-feira) não consegui treinar, mas não posso adiar. Hoje me sinto melhor e vou para a pista. A noite viajo rumo a Rio das Ostras”.
O atual bicampeão da competição na classe MX1 sabe que somente a vitória pode dar continuidade ao sonho do terceiro título consecutivo. “O tricampeonato está muito difícil, mas não vou jogar a toalha. O título se define só depois da bandeirada e até lá vou lutar até o fim. Vou fazer da melhor maneira o meu trabalho e espero que a sorte que me faltou nas últimas três provas da competição, dessa vez esteja ao meu lado”, concluiu o piloto que para se consagrar campeão, precisa que o líder Wellington Garcia termine no máximo na oitava posição, já que a diferença entre eles é de 17 pontos.
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