O piloto Douglas de Souza foi o grande vencedor da terceira do Catarinense de Cross Country disputada nesse domingo, 9 de setembro, em Canelinha, na Fazenda Silva Neto. O dia foi tão positivo que ao vencer Douglas consolidou a liderança da XC3, da XC2 e na XC1 está agora com apenas um ponto de diferença do líder Luciano ‘Boca’ de Oliveira. Entre as motos nacionais, destaque para os irmãos Adilson e Arlindo Voigt, que fizeram dobradinha na Nacional B (Força Livre), com Arlindo também vencendo na Intermediária Nacional.
O verdadeiro Cross Country
A base do circuito na Fazenda Silva Neto para essa etapa foi no mesmo lugar que serviu para uma das especiais do Brasileiro de Enduro de 2004. Ou seja, a essência do off-road, com as dificuldades e surpresas naturais do terreno. “Parabéns a organização e a FCM. Isso aqui é o verdadeiro Cross Country. Para o pessoal que estava se afastando, dizendo que isso aqui estava virando velo, pode voltar que agora é terreno natural mesmo, é o verdadeiro Cross Country como antigamente”, falou Luciano ‘Boca’.
Comparativamente as duas etapas anteriores, essa de Canelinha – Fazenda Silva Neto foi só de trilhas. “Aqui era só terreno natural mesmo, o piloto tinha que ser bem técnico para não exigir demais no começo, não cansar, mas ser rápido e cuidar para não errar porque em muitos trechos não tinha área de escape... Mas, foi bacana mesmo”, explicou Luciano, terceiro colocado na XC1 e ainda líder no geral. “Agora só tenho um pontinho de diferença. Não era o que eu esperava, pois queria ter tido um melhor resultado. Mas apesar de tudo o que aconteceu hoje, a quebra da minha moto, estou muito feliz. E por conta disso, só posso agradecer ao meu principal concorrente, o Douglas e a sua equipe, por terem me emprestado uma moto para que eu pudesse correr”, concluiu.
Aliás, a moto que o Douglas emprestou foi a Kawasaki que ele treinou pela manhã e iria correr. Na prova, ele optou pela Honda 250cc que já havia disputado as outras duas etapas. E para a surpresa de todos, na largada foi a hondinha numeral 226 quem chegou em primeiro no final do subidão. “Eu estava precisando dessa largada. Faz muito tempo que eu não conseguia sair na frente. Eu sabia que se largasse bem eu poderia abrir certa vantagem”, disse Douglas que na segunda volta já tinha mais de 10 segundos de vantagem para o pelotão que o seguia.
“A minha estratégia era essa, largar na frente, sem poeira, dar o máximo nas três, quatro voltas iniciais para abrir vantagem e depois administrar. Foi o que aconteceu. No meio da bateria comecei a cansar, dei uma relaxada, uma respirada, mas vi o Richard (Berois) e o Boca próximos, então voltei a andar forte e abri novamente. Fico muito feliz com a vitória na XC1, ganhar do Boca e do Richard, que são grandes pilotos. Para mim foi uma vitória incrível”, relatou.
Segundo colocado a 7,8 segundos do vencedor, e detentor da melhor volta da prova, dessa vez Richard Berois teve bem mais trabalho. “Foi uma prova de recuperação. Larguei lá atrás e como em alguns trechos tinha poeira, nas três primeiras voltas não tinha muito o que fazer. Depois comecei a atacar, mas foi um pouco tarde, e também a pista me cansou bastante. Do meio para o final cheguei no primeiro, mas não tive condições de manter o ritmo. Realmente estava morto! As mãos começaram a escapar do guidão... mas felizmente não deu nada”, disse Richard.
Mirko dos Santos, vice-líder da XC3 andou forte e terminou em terceiro na sua categoria. Já o vice-líder da XC2, João Carlos Ferreti, não teve a mesma sorte. No meio da prova, quando estava disputando posição com Mirko, na curva no final do subidão acabou saindo pela tangente, literalmente, e acertou em cheio o piloto gaúcho Ideraldo Silva, que depois de sofrer uma queda, aguardava ao lado do percurso o final da prova para voltar ao box. “Duas vezes no mesmo dia não! E agora essa doeu”... exclamou Ideraldo.
Pela categoria intermediária especial, o vencedor foi Maurício do Nascimento, de Brusque. “É a primeira vez que faço o Cross Country. Muito legal mesmo. Nas próximas etapas estou disposto a participar”, disse. No campeonato a liderança é de Diego da Silva, segundo colocado na etapa.
Nacionais - domínio dos irmãos Voigt
Os irmãos Voigt dominaram a bateria das motos nacionais. Arlindo largou na frente, mas errou ainda no final da volta inicial, dando o lugar para Adilson que completou as 11 passagens na liderança. “Com a queda do meu irmão, aproveitei para disparar na frente. Mantive o ritmo forte no início e depois administrei a corrida para ficar líder do campeonato. Acho que essa foi a prova mais rápida, só trilhas... o verdadeiro Cross Country”, relatou Adilson, líder da Nacional B.
Arlindo venceu na Intermediária Nacional e agora ocupa liderança da categoria. A diferença é pequena: Arlindo tem 65 pontos, contra 62 de Emerson Varela e 61 de João Paulo Davila. Na Nacional A o vencedor foi Ubiratan Gasperi, seguido de Iago Pereira e Charles Kormann. No geral, Charles lidera com 65 pontos, 21 de vantagem sobre Denilson de Souza que não pontuou.
A terceira etapa do Catarinense de Cross Country 2012 foi uma realização do Motoclube de Canelinha e Fazenda Silva Neto, sob a supervisão da Federação Catarinense de Motociclismo, e apoio da Mega Motos Honda, Destak Transportes, Motoshop e Geração Yamaha.
Mais informações sobre a prova
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