Sul-Brasileiro
de Motocross - Capinzal
Reportagem FCM – Gerson Coas
Largada categoria Força Livre
Nilvo Dorini, prefeito de Capinzal
A chuva já era
esperada na tarde de sábado em Capinzal, no meio-oeste de Santa Catarina,
como um dos ingredientes da etapa única do Sul-brasileiro de Motocross.
Começou leve, mas logo ficou intensa e impediu a realização de todas as
sessões de treinos. À noite mais chuva forte. Quando a pista de 1.500
metros do Parque de Exposições Domingos Pelizaro foi liberada no domingo
pela manhã para as motos especiais, logo ficou visível que a quantia de
lama no traçado impossibilitaria a prática naquelas condições. Além de
forçar ao extremo o motor, o barro pesado impedia a refrigeração. O resultado
é que não era preciso mais do que duas ou três voltas para os pilotos
pararem suas motos com os motores fervendo, além de estarem carregando
uma carga extra de lastro...
Com a intervenção
dos organizadores para a retirada do barro nas principais curvas e ajeitada
nos pontos mais complicados, durante a prova a pista já estava nota 10
se comparada ao que havia na parte da manhã. Porém mesmo com pouco barro,
por ser técnica e rápida a pista exigiu muito das motos e dos competidores.
“É a primeira pista da temporada que eu senti o trabalho das suspensões.
Os saltos, os buracos e as aproximações de curvas com canaletas forçavam
todo o conjunto. Foi uma ótima escolha para a competição”, disse o paranaense
Ivan Júnior. Felizmente o tempo se manteve estável, até com pequenas aberturas
de sol durante o domingo...
A hora é de acelerar!
Leo Lopes #40 e Cássio Gárcia #1, cat.
Open
Gabriel Cattoni, cat. 60cc
Douglas dos Santos, cat. 60cc
No total 105
competidores se inscreveram, um a mais do que em 2003. Os experientes
pilotos da Open foram os primeiros a encarar a pista. Na largada o gaúcho
Léo Lopes partiu com tudo para repetir sua vitória na inauguração desse
traçado, em 2003. Ainda na volta inicial Cássio Garcia tentou logo dar
o bote no líder, mas mesmo antes de completá-la tomou o seu primeiro dos
quatro tombos da tarde... E ao buscar a recuperação que ele fez algumas
demonstrações de como se anda forte no barro, mas não era o seu dia! Ademir
Todeschini, defendendo a bandeira paranaense, fez a sua parte. E como
dizem que para ganhar é sempre bom ter um pouco de sorte, há três voltas
do quadriculada Lopes tomou um escorregão, facilitando a vida de Todeschini
que não perdeu a oportunidade para passar e receber a bandeirada final
em primeiro. Uma das surpresas da etapa foi o representante da região
Marcelo Perotti, que da sexta colocação na volta inicial completou a bateria
em terceiro. Cássio chegou em quarto, Carlos Kettermann em quinto, e Sandro
Silveira, líder da classificação do catarinense, terminou na sexta posição.
No placar do Sul-brasileiro por Federações: 1 para a FPrM.
A garotada da
60cc foram os próximos entrar na pista para disputar o título Sul-brasileiro.
Dentre eles estava o catarinense Gabriel Gentil que fez jus ao vice-campeonato
brasileiro da categoria. Ele largou na frente, pilotou demonstrando domínio
e confiança e fechou a bateria em primeiro com direito a manobras no salto
da chegada. Além de faturar o Sul-brasileiro, Gabriel manteve os
100% de aproveitamento no Estadual. Será ele o "Carmichael"
catarinenseDouglas dos Santos que vem crescendo a cada corrida terminou
em segundo, assim como Jorge Coronel Jr., terceiro colocado. O paranaense
Endrius Armstrog completou a prova na quarta posição. Agora no placar,
empate: 1 para a FPrM e 1 para a FCM.
Rafael Faria #10, Cristopher Castro #146
e Leandro Silva #7, cat. 125cc
A terceira bateria
da tarde a contar pontos para o Sul-brasileiro foi a 125cc. A surpresa
foi o paranaense Rafael da Silva Faria que fez a melhor escolha da posição
da largada e pulou na frente, seguido de Leandro Silva, Cristopher “Pipo”
Castro e Jhonatan Batista. Passado o bolo da primeira volta, Rafael manteve
a frente, enquanto Leandro errou entregando a posição a Pipo.
Impondo um forte
ritmo os três se isolaram na liderança. Com apenas uma linha limpa e rápida
na pista, Pipo não podia arriscar no tudo ou nada numa ultrapassagem para
cima de Rafael porque atrás dele estava Leandro, também procurando uma oportunidade
Anderson Cidade, cat. 80cc
Jean Carlo Ramos #7 e César Augusto Popinhak
#6, cat. 80cc
de passar e parar de levar rajadas de barro. Ei, os “caras” estavam mandando
ver! Tanto é que prestes a completar o primeiro terço de prova Leandro capotou
de frente na aproximação de uma curva, levando nas costas uma pancada do
banco da sua Honda que o fez abandonar a pista acompanhado pelos pára-médicos.
“Você viu o que aconteceu? Como foi?”, perguntava ele minutos depois, já
em recuperação do susto.
Sem a presença
de Leandro, Pipo pode pressionar ainda mais e forçar um erro de Rafael
que acabou cedendo. Ao passar Pipo abriu boa vantagem e conduziu sua moto
sem deslizes para confirmar a vitória. Jhonatan Batista que buscava a
recuperação terminou em terceiro “Poxa, eu achava que seriam mantidos
os 25 minutos da bateria. Nem o meu mecânico tava ligado na redução para
20 minutos!”, desabafou o catarinense de Gaspar. Kurtt Rocha que não fez
boa largada fechou a prova na quarta colocação. No placar: 2 para a FCM
e 1 para a FPrM.
João Marronzinho Jr., cat. Força Livre
Na 80cc o paranaense
Jean Carlo Ramos parecia ter entrado na pista disposto a vencer e empatar
o jogo. Jean largou na frente e não deu chances para o trio catarinense
formado por César Popinhak, Anderson Cidade e Douglas Ricardo, que o seguia
de perto. O gaúcho Mairon Mergener e Ricardo Haramoto, de Curitibanos/SC,
completaram os seis primeiros colocados da bateria. No placar tudo igual
novamente: 2 para a FPrM e 2 para a FCM.
A Força Livre
foi a última bateria da tarde e também a que decidiu a Federação campeã
do Sul-brasileiro de Motocross 2004. Na queda do gate o catarinense João
Marronzinho Jr. assumiu a dianteira na primeira curva e logo colocou uma
distância segura para os seus oponentes mais próximos, o gaúcho Douglas
Parise e o paranaense Ivan Jr, segundo e terceiro colocados que mantiveram
essas posições durante toda a bateria. As ultrapassagens e disputas mais
acirradas aconteceram pela quarta colocação em diante, posição ocupada
na quadriculada por Marcos Cordeiro. Em 2003 Marronzinho também venceu
nessa pista e faturou o título catarinense por antecipação, fato que pode
ser repetido agora caso não seja confirmada a realização da décima etapa
do estadual. Pelo Sul-brasileiro, 3 para a FCM e 2 para a FPrM.
Tiago Hort, cat. Júnior
Mauricio Terichel, cat. 50cc
A prova também
contou pontos para a nona etapa do Catarinense de Motocross. Tiago Hort
venceu na Júnior e abriu ainda mais em relação ao vice-líder do certame,
Rafael Espíndola. Agora a diferença entre eles é de 20 pontos a favor
de Hort.
Na classe nacional
Adilson Batista e Darlan Silva travaram um sensacional duelo do início
ao fim da bateria. No final Darlan confirmou a boa fase, obtendo a sua
segunda vitória consecutiva, reduzindo para 13 pontos a diferença que
o separa do líder da classificação geral. Na categoria 50cc o piloto Maurício
Treichel, de Chapecó, foi o vencedor da bateria promocional.
Darlan Marcondes da Silva, cat. Nacional
O sul-brasileiro
de Motocross foi organizado pelas federações Paranaense, Catarinense e
Gaúcha, com apoio total da prefeitura de Capinzal e do Motoclube Capinzal
Ouro.