Duelos acirrados
e surpresas marcam etapa
do Riffel Motocross em Morro da Fumaça
Gerson Coas - Reportagem FCM
Cristopher Castro, cat. MX1
Milton Chumbinho, cat. MX3
Dos 90 pilotos
participantes da terceira etapa do Riffel Motocross 2005 – Campeonato
Catarinense, que teve suas baterias disputadas na tarde desse domingo,
5, Morro da Fumaça, no Sul do Estado, três deles se destacaram: Cristopher
Castro venceu a classe MX1, Milton Chumbinho Becker ganhou na MX3 e num
dia inspirado Vandrigo Fabris, após vencer a bateria da classe Júnior,
que lidera com 100% de aproveitamento, voltou a pista e ganhou na MX2.
Não menos aplaudidos
pelo público que lotava as dependências do parque do CTG Recanto da Figueira
foram os garotos
Vandrigo Fabris, cat. Júnior
Milton Chumbinho #1 e Cássio Garcia #26, cat. MX3
Alcione Munari, vencedor da categoria Over 40
Tauan Brenner que venceu a classe 50cc, Douglas dos Santos que ganhou na
65cc e Gabriel Gentil, vencedor da 85cc. Na classe nacional o vencedor da
tumultuada bateria foi Rafael Espíndola.
Os detalhes dos duelos
A classe MX3
deu início a seqüência de baterias. O gaúcho Alcione Munari saiu na frente,
vantagem que rapidamente foi tirada por Milton Chumbinho e Cássio Garcia
ainda na volta inicial. A partir de então os dois mais experientes pilotos
do motociclismo catarinense travaram um duelo intenso até os 6 minutos
de prova quando Cássio numa manobra arriscada acabou caindo. “Na curva
para entrar na sessão de costelas a moto atravessou numa canaleta. Aí
já saltei na primeira costela torto e praticamente só com a mão no acelerador,
acabei perdendo o controle e caí. Mas tudo bem!”, relatou Cássio, que
mesmo sentido a pancada no rosto, acabou se recuperando e terminou a prova
na segunda colocação, a frente de Munari. Apesar de curta a briga dos
ponteiros foi reconhecida pelos torcedores, e valeu a corrida. Mesmo com
grande vantagem na liderança Chumbinho não tirou a mão, concluindo a prova
com pelo menos uma volta a mais que todos os outros competidores. Sandro
Silveira, Claiton Detoni, Juliano Kinzel, Mirko dos Santos e César dos
Santos fecharam nesta seqüência o pódio da MX3. Pela Over 40 o vencedor
foi Alcione Munari.
Na largada da
categoria Júnior, Vandrigo Fabris assumiu a dianteira na primeira volta
ao passar Giovani Burim, e tratou de abrir do pelotão composto por mais
22 motos. E enquanto a situação não se definia entre num grupo que reunia
do terceiro ao sexto colocado, Burim também tratou de escapar da confusão.
Nesse bolo estavam Nicolas Zen, Djhony de Aquino, Anízio Clasen e Thell
Adur que acabou superando os adversários, terminando a prova na terceira
posição, a poucos metros de Burim, segundo colocado na bateria.
Vandrigo Fabris #13 e Cristopher Castro #10, cat. MX2
Mas foi ao retornar
à pista para a bateria da MX2 que Fabris surpreendeu. Na largada foi a
Kawasaki numeral 13 conduzida por ele que pulou na frente. Porém ao fechar
a primeira volta o líder da categoria Cristopher Castro, o Pipo, já o
pressionava, buscando a ultrapassagem. A cada curva Pipo lançava uma investida
que tinha como resposta imediata a vibração do público. O duelo com as
motos lado a lado durou até a 11ª volta, quando no final da reta
de chegada Pipo conseguiu colocar sua moto à frente e concretizar a ultrapassagem.
Porém a sua liderança durou menos de duas voltas, pois novamente a sua
moto o deixou na mão. Na volta aos boxes, os aplausos de reconhecimento
do público. Só em 2005, essa foi a sexta vez em competições oficiais que
a sua moto teve algum tipo de problema mecânico.
Com a falta
de sorte do oponente, Fabris pode seguir tranqüilo rumo a bandeirada,
por conta da grande vantagem que tinha sobre o segundo colocado Alexandro
Martins e o terceiro Germano Vandresen. Com esse resultado Alexandro assumiu
a liderança da classificação geral com 56 pontos, um a mais que Pipo,
que ainda assim marcou cinco pontos e ficou com o segundo lugar no geral
do certame.
Luiz Henrique Zimermann #31 e Milton Chumbinho #1,
cat. MX1
A classe MX1
fechou a tarde de disputas no melhor estilo possível, com os pegas que
tanto o público gosta de assistir. Milton Chumbinho é quem largou na frente,
mas foi Luiz Henrique Zimermann que fechou a volta inicial na liderança.
Pipo Castro, com outra moto, logo tratou de passar Chumbinho e impedir
que Zimermann abrisse liderança. Aí foram apenas 5 minutos para que Pipo,
também após várias tentativas, conseguisse a primeira posição, posto mantido
com segurança rumo à quadriculada. Chumbinho então deu o troco da ultrapassagem
da primeira volta e retomou a segunda posição. Para Pipo Castro, a vitória
na MX1 compensou o abandono da primeira disputa. “Infelizmente a minha
moto da MX2 voltou a quebrar, mas o Vandrigo tem todo o mérito da vitória,
pois ele realmente acelerou forte. Porém, na MX1, foi gratificante, sobretudo
por disputar com um campeão como o Chumbinho”, disse Pipo Castro. Na quarta
colocação chegou Fábio de Lima, seguido de Fabiano Barg e Alexandro Martins.
A liderança
da classificação geral da MX1 ainda está com João Marronzinho Júnior que
estava participando de uma prova no Mato Grosso do Sul.
Os garotos do minicross
Tauan Brener #10 e Rodrigo Riffel #96, cat. 50cc
As classes 50cc,
65cc e 85cc foram tão aplaudidas quanto às dos pilotos adultos. Também
pudera, a gurizada aproveitou a pista acessível à grande maioria para
emendar os saltos, e no chão, acelerar forte.
Na 50cc o duelo
entre Rodrigo Riffel e Tauan Brener foi empolgante. Rodrigo saiu na frente
e nas três primeiras voltas somente ele mandava um step jump da reta principal
ou chegada. Em compensação na reta oposta, num trecho em descida, a sua
KTM lacrava por conta de uma relação final muito curta para aquele traçado.
Resultado: não demorou para que Tauan tomasse coragem e com o salto zerado
tirasse a única vantagem de Rodrigo na pista, e assim conseguisse a ultrapassagem.
Em terceiro chegou Cauri Sevegnani, seguido de Caio Gumz e Leonardo Neto.
Douglas dos Santos, cat. 65cc
Gabriel Gentil, cat. 85cc
Ao contrário
das etapas anteriores onde Douglas dos Santos disparava na liderança sem
ter qualquer presença dos concorrentes, nessa bateria ele ouviu o ronco
da moto do segundo colocado, Jorginho Coronel. Aliás, foi o Coronel que
largou na frente, e embora tenha perdido a posição ainda na primeira volta,
não desanimou e manteve o gás. Tanto é que na metade da prova quando Douglas
perdeu alguns segundos ao se enroscar com Rafael Becker num trecho de
barro, Coronel Jr. avançou para cima do ponteiro. Mesmo assim Douglas
não chegou a perder a liderança e manteve, juntamente com Vandrigo Fabris,
na Júnior, a marca de 100% de aproveitamento. Coronel Jr. também acabou
sofrendo uma pequena queda na metade final da prova, sendo pressionado
então por Tales Hess, porém sem alterações nas colocações. Vinício Voigt
terminou em quarto, seguido de Edgar Tcholakian e Rafael Sofiatti.
Na 85cc Gabriel
Gentil pilotou da primeira a última volta fazendo graça para o público,
abusando das manobras nos saltos. Paulo Krutsch Jr. que largou na frente,
terminou a prova na segunda colocação, seguido de Douglas dos Santos que
estreou na categoria.
Duplo susto marca categoria Nacional
Walace Bressan, cat. Nacional
Dezesseis pilotos
alinharam para a disputa da classe Nacional. Porém, a bateria foi interrompida
duas vezes por conta das quedas dos pilotos Leandro Batista e Walace Bressan,
os dois no mesmo local da pista. Leandro caiu por volta dos 8 minutos
da bateria e teve que ser levado para atendimento no hospital local. Na
relargada para os 8 minutos finais, Walace Bressan novamente liderava
e antes mesmo de completar 4 minutos do reinício caiu exatamente no mesmo
ponto e da mesma maneira que Leandro, felizmente com menores conseqüências.
A terceira
Rafael Espíndola, cat. Nacional
Darlan da Silva, cat. Nacional
largada, para mais quatro minutos mais duas voltas, teve Rafael Espíndola
liderando de ponta a ponta. Maurício Lohn ficou em segundo e Darlan da Silva
em terceiro.
Para o piloto
Eduardo Appel, que presenciou de camarote a primeira queda, o motivo dos
tombos é claro: falta suspensão nessas motos ao passar em trechos esburacados.
Para diminuir os riscos, ele e outros pilotos sugeriram, informalmente,
uma alteração na ordem de largada objetivando que bateria da nacional
aconteça com a pista em melhores condições. A diretoria de motocross da
FCM deve analisar a sugestão para as próximas etapas. Dentre as confirmadas
estão a de Itajaí, dias 23 e 24 de julho, e a de Chapecó, dias 27 e 28
de agosto.