
E que venha Canelinha 2003!
Texto e Fotos: Gerson Coas
Clique aqui e veja
mais de Canelinha 2002.
Milhares de pessoas acompanharam a prova em Canelinha
|
Falando a verdade,
Canelinha 2002 foi um espetáculo. Pista remodelada com saltos e curvas
no melhor estilo do motocross; pilotos dispostos a acelerar e em bom número
para garantir gates cheios nas cinco categorias; e público excepcional.
É claro, com a devida separação entre o público que foi no melhor astral
para assistir uma bela corrida de motocross e a galera do camping que
estava afim da interagir um pouco mais, formando aquele tradicional grupo
que só vai ao Artur Jachowicz com a intenção de zoar sem parar. Foram
mais de 48 horas de muita bagunça naquela arena ao lado da pista. E salve...
o santo daquele pessoal estava atento. Apesar de tudo feito e todos os
goles tomados, poucos acidentes foram registrados e nenhum com gravidade!
Como disse o piloto Massoud Nassar, aquilo estava parecendo um Woodstock.
Largada categoria 250cc
|
Placa de 15"... 5"... cai o gate.
E com as modificações
na pista agradando os melhores pilotos do país, uma das mais emocionantes
corridas já realizadas naquele motódromo acabou acontecendo. Na 250cc,
adrenalina do início ao fim, mesmo sem a participação de Milton Chumbinho
que ainda em fase de recuperação de uma fratura na mão, optou por não
competir. Paulo Stédile largou na ponta com a confiança adquirida com
as vitórias das últimas duas etapas e respaldada pelo melhor tempo nos
treinos livres e no classificatório do sábado. Jorge Balbi, vencedor da
etapa de abertura da temporada, havia conseguido um bom acerto no domingo
pela manhã e tinha a melhor volta do warm-up. Massoud Nassar com o canhão
chamado Honda CR 450F, mostrava que se deixassem ele levaria. Além disso,
Marcos Cordeiro e sua Yamaha 426F, Rodrigo Siqueira e os gaúchos Douglas
Parize e Rodrigo Zen estavam com tempos bastante próximos aos dos ponteiros,
o quê também os credenciavam a buscar um dos cinco lugares do pódio.
Jorge Balbi, categoria 250cc
|
João Marronzinho, categoria 125cc
|
Mas foi
só após a quinta volta que as coisas começaram a se definir, digo, aparentemente.
Isso porque até aquele momento, Massoud, Balbi e Stédile se revezavam
na liderança, travando uma disputa sensacional. Stédile conseguiu assumir
a dianteira abrindo caminho entre os demais pilotos com a precisão de
marcar a melhor volta, registrada em 1’45"950 e velocidade média de 50,967
km/h! Massoud foi quem o acompanhou mais próximo. E quando tudo já parecia
se definir com a placa de duas voltas, a Yamaha de Stédile que já estava
apresentando falhas, passou a assustar ainda mais o piloto e sua equipe.
Massoud que vinha na sequência com poucos segundos atrás, viu aí a chance
da vitória aparecer na sua frente. E há meia volta da bandeirada, uma
queda acabou com o domínio do paranaense que mesmo vendo Massoud e Balbi
o passarem, pedalou como nunca para tentar ligar sua máquina. Só então
percebeu que a torneira de combustível estava fechada! Massoud levou a
sua Honda 4T para a primeira vitória, Balbi fechou em segundo e Stédile
ainda chegou em terceiro. E com esse resultado, o campeonato nào poderia
ficar mais acirrado: Balbi e Stédile empatados com 77 pontos e Massoud
com 74. Marcos Cordeiro que não teve uma boa largada, recuperou-se e completou
a prova na quarta colocação, sendo o melhor dentre os cinco catarinenses
da 250cc que participaram da etapa.
Na 125cc,
apesar da vitória ter sido pela quarta vez do paulista Rossevelt Assunção,
os destaques merecem ser dados aos catarinenses Elton Becker e João Marronzinho
Jr., segundo e quarto colocados respectivamente. Elton que provou estar
se encontrando nessa categoria obteve o melhor tempo do treino classificatório,
e na prova, pegou a segunda colocação logo no início e dela não saiu mais.
Já Marronzinho não teve a mesma felicidade. Quando disputava a terceira
colocação com Pedro Lopes, uma queda resultante de uma trivelada o fez
descer para o sétimo lugar. Aí dá-lhe acelerar para recuperar o terreno
perdido.
Completando
o pódio, Lopes ficou na terceira posição, João Marronzinho na quarta e
Ismael Maia na quinta posição.
Pablo
Ristow e Jhonatan Batista foram outros dois locais que até a metade da
prova estavam na briga pelos troféus. Contudo os dois tiveram problemas
com suas motos e abandonaram. Ainda na faixa de pontuação, ficaram os
catarinenses Leandro Smakovicz, em nono, e Marcos Machado Jr., 14º
colocado.
Cássio Garcia, categoria open
|
Rafael Zenni #2 e Leandro Nunes da Silva #1, categoria
80cc
|
Mesmo
com todas as dificuldades, Cássio Garcia após ter mandado em todos os
treinos, repetiu na prova o mesmo desempenho das etapas anteriores: vitória
de ponta a ponta da categoria Open. No final da bateria, se deu ao luxo
de administrar uma vantagem 1’42"00 sobre o restante do grupo. Em segundo
ficou Wellington Valadares e Marco Muller em terceiro. Palmas também para
a mineira Mariana Balbi, única mulher em toda a competição, que superou
outros 28 pilotos ao marcar um quarto lugar. Assim, Mariana se tornou
a primeira mulher a subir num pódio de um campeonato brasileiro.
Guardadas
as devidas proporções, a disputa pela liderança da categoria 80cc foi
tão forte quanto a da 250cc. No início três pilotos – os paulistas
Marcelo Lima e Rafael Zenni, e o paranaense Leandro Silva – no entanto,
Lima caiu forte e demorou quase duas voltas para retornar. Assim restaram
somente os pilotos Zenni e Silva na briga que durou os 25’35" da bateria.
E que briga. Mesmo com o paranaense fazendo uma pilotagem agressiva e
veloz – foi dele a melhor volta com o tempo de 1’52"26, Zenni faturou
a vitória. Em terceiro ficou Renan Bunij, seguido do catarinense Cristopher
Castro que acabou caindo logo após a largada – completou a primeira volta
na 31ª posição, e se obrigou a acelerar como nunca para conseguir uma
recuperação. Dentre os catarinenses, também pontuaram Pedro Espíndola,
em sétimo, e César Popinhak com o nono lugar.
Largada categoria 60cc
|
Na 60cc,
o catarinense Lucas Cattoni, largou na frente e determinou o ritmo da
prova. Nos primeiros minutos ainda teve a companhia do paulista Gustavo
Amaral que estava levando certa vantagem nos saltos, e do também catarinense
Douglas Ricardo, atual campeão da categoria. Contudo, Lucas pilotou com
muita segurança e conseguiu a esperada vitória. Outro que se destacou
foi Gabriel Gentil. Após tomar um "pacote" nos treinos que resultou num
corte profundo no queixo – no mesmo lugar de uma cicatriz, ele ainda se
animou a correr, completando a prova na sétima colocação.
|