Com o sol brilhando forte no primeiro final de semana de junho, dias 5 e 6, o público lotou as dependências da pista de Sertão dos Corrêas, em Tubarão, para acompanhar as baterias e ver João “Marronzinho” Júnior (MX1), Marcello “Ratinho” Lima (MX2), Milton “Chumbinho” Becker (MX3), Sandro Silveira (MX4), Samuel Pacheco (intermediária), Germano Vandresen (nacional), Rodrigo Riffel (85cc), José Brayan (65cc) e Thiago Brenner (55cc) vencerem a 11ª prova de motocross no Motódromo Nandi Margotti, esta válida pela segunda de uma série de oito etapas do Riffel Motocross – Campeonato Catarinense 2010.
Depois de um período de fortes chuvas na região sul de Santa Catarina, que fez os organizadores da competição cogitarem a hipótese de adiar o evento, São Pedro lançou mão de toda a sua generosidade e provou mais uma vez ser amigo da turma das motos. “Queria agradecer por esse dia maravilhoso. Depois de toda aquela chuva trabalhamos muito para deixar o local nas condições, infelizmente não conseguimos fazer tudo que queríamos, mas com muita confiança em Deus e muita persistência a realização de mais uma etapa foi possível”, disse Vanderlei Matos, membro do Conselho Comunitário de Sertão dos Corrêas.
André Alves, diretor de provas e comissário da FCM para a região, elogiou o esforço feito pelo Conselho Comunitário para a realização de mais uma etapa na cidade de Tubarão. “É uma satisfação estar aqui, principalmente depois do que a comunidade viveu. Foram mais de 25 dias de chuva, achei que seria difícil a realização da etapa, mas este povo é guerreiro, trabalhador. Lutou, se organizou e foi abençoado com esse dia lindo, sem uma nuvem, que veio para coroar o excelente trabalho feito por vocês”, disse.
As disputas
MX1 – No gate da principal categoria da competição, a MX1, estavam lado a lado vários dos melhores pilotos do país. Praticamente um mini-brasileiro como disse o locutor Valério Neto. Tanto nessa categoria, como na MX2, MX3/MX4 e intermediária que largaram praticamente completas, as ultrapassagens foram constantes. E nos 1.100 metros do traçado, de piso arenoso e cinco curvas de 180º de raio curto, que resultaram em poucas opções de linhas rápidas, isso deu um trabalho a mais para os ponteiros que tinham que ser hábeis negociadores com os retardatários para não perder tempo.
Quando caiu o gate, João Marronzinho pulou na frente com Gabriel Gentil e Marcello Ratinho logo atrás. Marronzinho andou muito rápido nas duas primeiras voltas e conseguiu abrir uma vantagem para Gabriel e Ratinho que brigavam pela segunda posição. Ratinho conseguiu a ultrapassagem na sexta volta e a partir daí iniciou a perseguição à Marronzinho, porém com a diferença de quase 11 segundos.
Como Marronzinho abriu vantagem nas primeiras voltas, Marcello teve que forçar para conseguir se aproximar do líder. A cada volta o atual campeão da categoria diminuía a vantagem que chegou a cair para a casa dos quatro segundos.
Enquanto isso, Gabriel e Anderson Cidade disputavam a terceira colocação. Gabriel conseguiu segurar Anderson até a 18ª volta quando perdeu a posição para o companheiro de equipe. Depois disso ele ainda foi surpreendido por Eduardo Lima, porém dando o troco na volta seguinte, recuperando a posição... Coisas de corrida ou não, Gabriel e Dudu acabaram se encostando, motivo suficiente para os dois que já possuem um histórico em conjunto tomarem um puxãozinho de orelha da direção de prova.
Marcello Ratinho se aproximava cada vez mais de Marronzinho, e os dois pilotos ainda tinham que negociar com os retardatários, que constantemente apareciam pelo caminho.
Nas últimas voltas a pressão de Ratinho foi ainda maior, mas Marronzinho conseguiu segurar e recebeu a quadriculada em primeiro. “Fiz uma boa largada. Dei um tiro no início tentei abrir o máximo nas primeiras voltas e depois administrei. Sei que fica bem difícil ultrapassar nesta pista, sofri uma pressão forte do Rato, mas consegui segurar e vencer a prova”, comentou o vencedor, que antes da corrida já estava com a estratégia traçada. “Antes da corrida já tinha uma estratégia traçada. Se largasse na frente, daria o máximo para fazer duas ou três voltas bem rápidas para me distanciar e foi o que aconteceu. Se não, deixaria para atacar somente no final, porque ano passado, quando o Rato venceu aqui eu ataquei durante toda a prova, cansei e não consegui a ultrapassagem”, lembrou.
Para Ratinho, apesar de perder tempo até chegar à segunda posição e aí partir em busca do líder, o que pegou mesmo foi o congestionamento de pilotos que enfrentava a cada volta. “Tive dificuldade para chegar até a segunda posição, nisso já desgastei bastante. Porém, sentia que estava mais rápido que o Marrom, mas cada vez que conseguia tirar distância, aparecia retardatários, perdia tempo e daí precisava de mais uma volta para voltar no que estava antes. Mas mesmo assim valeu, estou na liderança da competição e isso é o que importa”, disse o atual campeão da categoria que soma 47 pontos.
Anderson Cidade, Gabriel Gentil e Eduardo Lima completaram o pódio.
MX2 – A disputa pela MX2 começou eletrizante. O time da Geração / Yamaha largou forte com Anderson, Gabriel e João Paulo puxando a fila, seguido dos irmãos da Kawasaki / Rinaldi, Ratinho e Dudu, e também próximos os privados Felipe Mallon, Jhonatan Batista e Leandro Smakovicz.
Lá na frente Anderson e Gabriel ficaram lado a lado na pista por várias vezes, até que na quarta volta, Anderson que tinha uma pequena vantagem sofreu uma forte queda em quinta marcha morro acima e teve que abandonar a disputa “Pode não parecer, mas eu estava tranqüilo. Eu não queria deixar o Gabriel passar, mas também não estava forçando”, relatou.
Dudu Lima não conseguiu desviar da Yamaha 20 e também se deu mal... e como conseqüência braço direito ralado e pneu dianteiro furado. Gabriel que vinha logo atrás assumiu a ponta, mas por pouco tempo, pois Marcello Ratinho deu o bote e assumiu a liderança na volta seguinte.
Gabriel que recentemente passou por uma cirurgia na mão, perdeu rendimento nas voltas seguintes e foi superado por Feltz. Partindo da 12ª posição na volta inicial Marcelo Maziero teve uma surpreendente recuperação e atacou Leandro Smakovicz na disputa pela quarta posição. Melhor para Marcelo que ganhou o posto na 11ª volta e o segurou até a quadriculada.
No pódio, Ratinho, Feltz, Gabriel, Maziero e Smakovicz.
Ao comemorar a sua terceira vitória em Tubarão, Ratinho explicou a estratégia. “Depois da largada procurei manter a calma para não cair. O pessoal estava muito afoito, mas essa é uma corrida longa. Felizmente deu certo e agora assumi a liderança da categoria”, disse ele que soma 45 pontos, um de vantagem sobre Feltz. Maziero é o terceiro com 32, mesma pontuação de Dudu, enquanto Smakovicz é o quinto com 31 e Jhonatan o sexto com 30 pontos.
MX3/MX4 – Milton “Chumbinho” Becker foi o vencedor da classe MX3. O piloto, que venceu a etapa de abertura em Indaial, largou bem, administrou e venceu a categoria MX3 com tranquilidade. “Foi uma prova excelente, a chuva atrapalhou os trabalhos na pista, mas de ontem (sábado) para hoje (domingo) a manutenção feita na pista ficou excelente. Fico feliz em vencer aqui mais uma vez. Esta é uma pista onde já consegui vitórias importantes. Foi uma prova legal, larguei bem e apesar do ‘trânsito’ intenso não tive problemas para conquistar a primeira colocação. Espero continuar neste ritmo”, afirmou Chumbinho.
A disputa na MX3 ficou entre Erivelto Nicoladelli e o piloto da casa, Alexandro Martins, o Anão. Anão não fez uma boa largada, mas no decorrer da prova foi conquistando posições, encostou em Nicoladelli e fez até a melhor volta da prova. Mas mesmo assim, Nicoladelli não diminuiu o ritmo, conseguiu suportar a pressão e ficou com a posição.
Richard Berois e Anísio Clasen travaram outro duelo, com vantagem para Richard que garantiu a quarta colocação a duas voltas da quadriculada.
Pela MX4 o ex-campeão catarinense Sandro Silveira acelerou um pouquinho mais no seu ‘treino de domingo’ e assim conquistou a vitória. Com o segundo lugar em Tubarão, o novo líder da competição é Mirko dos Santos. “Estou muito feliz com a liderança da competição. Ano passado tive um acidente grave, pensei até que não fosse mais correr, mas felizmente tive uma recuperação boa e agora estou liderando a competição. Não poderia ter fase melhor na vida”, comentou Mirko.
Claiton Detoni, Moacir Silveira e Marcos Roberto Holtmann, agora vice-líder do certame, completaram o pódio da MX4.
Intermediária – Luis Felipe Claudino e Samuel Pacheco disputaram até a última volta a vitória da classe intermediária. Luis Felipe largou na frente, enquanto que Samuel completou a primeira volta na quarta colocação. Na terceira volta Samuel já era o segundo colocado e aí iniciou a melhor disputa da tarde em Tubarão.
Samuel queria a todo custo a vitória da categoria e partiu com tudo pra cima de Luis Felipe. Os dois pilotos andaram a maior parte da prova lado a lado, sempre com uma pequena vantagem para Luis Felipe. Mas Samuel estava incansável e não queria deixar a vitória escapar, enquanto isso, Luis Felipe segurava e defendia a posição. Na última volta, Samuel usou o tráfego de retardatários a seu favor e com um pequeno erro do adversário, deu a última cartada e conseguiu assumir a ponta e vencer a bateria para o delírio do público que torcia a seu favor, já que o piloto é natural de Jaguaruna, município vizinho a Tubarão. “Eu estava correndo em casa. Sabia das ‘manhas’ da pista. Não larguei muito bem, mas consegui chegar na ponta e pressionar o Luis Felipe que estava andando parecido comigo. Estava pressionando e só esperando um erro dele, na última volta ele errou e eu consegui assumir a posição e vencer”, disse o piloto que com o resultado assume a liderança da categoria.
Luis Felipe Claudino ficou com a segunda colocação, mas pelo menos deu um basta a onda de incidentes que vinha o tirando das disputas do estadual. A turma dos ex-85cc Tauan Brenner, Venício Voigt e Marcos Paulo Holtman completaram o pódio.
Nacional - A classe Nacional teve vitória de Germano Vandresen. O piloto, que foi o melhor nos treinos livres do sábado e no warm-up na manhã de domingo confirmou a boa atuação nos treinos e venceu garantindo os primeiros pontos no campeonato. “Fiz uma excelente largada. Vinha bem desde os treinos e consegui impor um ritmo bom do início ao fim, sempre bem concentrado para não errar e vencer”, disse o piloto.
Eduardo Rosing foi o segundo colocado e permanece na liderança do campeonato. Vinícius Nalin, Cássio Rosing e Jader Schmitz completaram o pódio.
Categorias de acesso
85cc – Com mais experiência que os demais Rodrigo Riffel dominou a classe 85cc na pista do motódromo Nandi Margotti. O piloto de Gaspar largou na frente e nas primeiras voltas abriu uma grande vantagem sobre o segundo colocado, Luciano Oriano Júnior. José Brayan, Guilherme Faval e Eliezer Belli completaram o pódio. Com o resultado, Rodrigo assumiu a liderança da competição.
65cc – Enquanto na 85cc José Brayan ainda é novato, na 65cc ele já é máster. O piloto de Massaranduba largou na frente, abriu vantagem e só administrou a prova. A disputa na categoria ficou entre Leonardo de Souza e João Gabriel Filipin que brigaram pela segunda posição. Na última volta João Gabriel conseguiu a ultrapassagem e ganhou a posição. Leonardo foi o terceiro, seguido de João Gabriel da Veiga e Hiago Bon.
55cc - Thiago Brenner venceu com tranquilidade a bateria da 55cc. O piloto de Balneário Camboriú conquistou a vitória seguido de Antony Maso e Bernardo Zapelini. Com o resultado, Thiago soma mais 25 pontos e fica com a liderança da competição, já que na abertura da temporada, em Indaial, também foi o vencedor.
A segunda etapa do Riffel Motocross – Campeonato Catarinense foi uma realização do Conselho Comunitário de Sertão dos Corrêas e supervisão da Federação Catarinense de Motociclismo (FCM) com patrocínio da Riffel Motospirit e apoio de Hparts Moto, Destak Transportes, Motoshop Peças e Acessórios, Geração Hyundai, TBT Suspensões e Seben Sport Racing.
Confira o resultado completo e a classificação
Mais informações sobre a prova
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